Agenda Econômica: PIB dos EUA, IPCA-15 e Desafios Inflacionários no Brasil
Hoje, o dia promete ser agitado, com dados importantes e eventos que podem afetar diretamente os mercados. Nos Estados Unidos, a expectativa é pela leitura final do PIB do 4º trimestre de 2024, que ajudará a confirmar o ritmo de crescimento da maior economia do mundo. Além disso, serão divulgados o índice PCE e os pedidos de auxílio-desemprego, dados que podem trazer mais clareza sobre a recuperação econômica e o mercado de trabalho.
No Brasil, os investidores estão atentos ao IPCA-15 de março, que provavelmente indicará uma desaceleração da inflação, além do resultado fiscal do Governo Central, que deverá registrar um déficit de R$ 30,9 bilhões em fevereiro, após o superávit de R$ 84,8 bilhões em janeiro. O grande tema, no entanto, é a Selic, com o mercado especulando sobre um possível aumento das taxas devido a pressões inflacionárias, especialmente diante das medidas do governo Lula para incentivar o consumo.
O Banco Central (BC) também entra no radar com a divulgação do Relatório de Política Monetária (RPM), que traz comentários importantes dos diretores Galípolo e Diogo Guillen, trazendo mais luz sobre as expectativas da autoridade monetária para a economia brasileira e sua política de juros. O contexto de pressões inflacionárias internas coloca o BC em uma posição delicada, em um momento em que o governo está implementando políticas de estímulo econômico.
Agenda de Hoje:
Indicadores Econômicos:
- 08h00 (Brasil): Confiança da Indústria em março (FGV)
- 08h00 (Brasil): Relatório de Política Monetária (RPM) (Banco Central)
- 09h00 (Brasil): IPCA-15 de março (IBGE)
- 09h00 (Brasil): Resultado do Governo Central em fevereiro (Tesouro)
- 09h30 (EUA): PIB e PCE do 4º Tri (Departamento de Comércio dos EUA)
- 09h30 (EUA): Pedidos de auxílio-desemprego (Departamento do Trabalho dos EUA)
- 11h00 (EUA): Vendas pendentes de imóveis em fevereiro (National Association of Realtors)
- 16h00 (México): Decisão de política monetária do Banxico
Eventos:
- 11h00 (Brasil): Comentários de Gabriel Galípolo e Diogo Guillen sobre o RPM (Banco Central)
- 15h00 (Brasil): Fernando Haddad participa de reunião do CMN
- 15h05 (Chile): Christine Lagarde (BCE) fala em mensagem pré-gravada para evento
- 17h30 (EUA): Tom Barkin (Fed/Richmond) discursa em universidade
Balanços a serem divulgados após o fechamento:
- Brasil: Even, JHSF e Light
Comentários sobre os indicadores econômicos:
- Confiança da Indústria (FGV): A confiança da indústria é um indicador importante de como os empresários estão vendo o futuro da economia. Uma queda na confiança pode sinalizar dificuldades no setor produtivo, enquanto uma alta indicaria otimismo e perspectiva de crescimento.
- IPCA-15: O IPCA-15 é uma prévia importante do índice oficial de inflação no Brasil. Espera-se que a inflação desacelere, mas isso ainda depende da trajetória dos preços de alimentos, energia e outros itens essenciais. Caso o índice mostre uma desaceleração, isso pode aliviar um pouco as pressões sobre o Banco Central, mas a alta dos preços do consumo continua sendo uma preocupação central.
- Resultado do Governo Central: O déficit fiscal de R$ 30,9 bilhões em fevereiro destaca a dificuldade do governo em equilibrar suas contas, especialmente em um contexto de aumento dos gastos públicos com estímulos à economia. A situação fiscal continua sendo um ponto de vulnerabilidade para o Brasil, e qualquer aumento nos déficits pode reforçar as expectativas de que o governo precisará adotar medidas adicionais para controlar a inflação.
- PIB e PCE (EUA): A leitura final do PIB dos EUA é um indicador crucial para entender o crescimento da maior economia do mundo. Um PIB mais forte pode reforçar as expectativas de que o Fed continuará a adotar uma política monetária mais rígida. Além disso, o PCE (índice de preços para consumo pessoal) é importante para a análise de inflação nos EUA e poderá impactar as expectativas sobre futuros aumentos de juros.
Eventos Importantes:
- Relatório de Política Monetária (RPM): Os comentários de Galípolo e Guillen podem trazer pistas valiosas sobre a postura futura do Banco Central em relação aos juros, especialmente considerando os desafios inflacionários no Brasil.
- Christine Lagarde (BCE): A fala de Lagarde será importante para entender a postura do BCE em relação à política monetária na zona do euro, que pode impactar os mercados financeiros globais.
- Tom Barkin (Fed): O discurso de Barkin pode trazer insights sobre a direção do Fed, especialmente sobre a política de juros e a abordagem em relação à inflação nos EUA.
Esses indicadores e eventos de hoje têm grande potencial para mexer com os mercados financeiros, especialmente em relação aos juros, inflação e as perspectivas econômicas. Qualquer dado que surpreenda pode ter um efeito imediato sobre as expectativas dos investidores, impactando diretamente os mercados de ações, juros e câmbio.