Dólar salta quase 3% e tem máxima histórica a R$ 6,27 com combo Fed e receio fiscal

O dólar registrou um aumento significativo frente ao real nesta quarta-feira (18), ampliando os ganhos da sessão anterior e ultrapassando a marca de R$ 6,25. Esse movimento reflete a crescente aversão ao risco no Brasil e a reação dos investidores à recente decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed).

O Fed anunciou um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros dos Estados Unidos, posicionando-a na faixa de 4,25% a 4,50%, conforme esperado pelo mercado. No entanto, o banco central americano indicou que futuros cortes nos juros serão mais moderados, demonstrando uma postura cautelosa diante das pressões inflacionárias. Essa perspectiva fortaleceu o dólar, uma vez que a expectativa de um afrouxamento monetário mais gradual tende a elevar os rendimentos dos títulos do Tesouro americano, tornando moedas de mercados emergentes menos atrativas.

Durante a tarde, a cotação do dólar atingiu R$ 6,271 às 16h12. No fechamento, o dólar à vista registrou alta de 2,78%, sendo cotado a R$ 6,2679, estabelecendo um novo recorde nominal de encerramento. Na B3, o contrato de dólar futuro com vencimento mais próximo subiu 2,39%, alcançando R$ 6,258.

No mercado de câmbio, o dólar comercial foi cotado a R$ 6,267 na compra e R$ 6,268 na venda. Já o dólar turismo ficou em R$ 6,151 para compra e R$ 6,331 para venda.

A decisão do Fed de reduzir o ritmo de cortes nos juros, aliada às incertezas fiscais no Brasil, contribuiu para a valorização da moeda americana. O Banco Central brasileiro anunciou a oferta de até 15.000 contratos de swap cambial tradicional para rolagem de vencimentos futuros, buscando conter a volatilidade no mercado de câmbio.

Esse cenário ressalta a importância de monitorar atentamente as políticas monetárias internacionais e as questões fiscais domésticas, que influenciam diretamente a cotação do dólar e, consequentemente, a economia brasileira.